Equilíbrio tecnológico: qual o papel da escola no uso saudável da tecnologia
O equilíbrio tecnológico nunca foi tão vital para a manutenção de uma vida saudável. Entenda como a escola e os educadores podem ajudar os pais nesse contexto.
Práticas Pedagógicas
22/12/2023
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Como a escola pode ajudar pais e alunos na busca por uma vida saudável no meio online
É consenso que a tecnologia vem continuamente mudando a maneira como os alunos aprendem e como os professores ensinam. Por isso, a busca por equilíbrio tecnológico nunca foi tão necessária antes.
Sem recursos como salas de aula online, por exemplo, a pandemia teria causado uma defasagem educacional difícil de ser contornada no curto prazo.
Mas a mesma tecnologia que empurra a humanidade para o progresso e revoluciona métodos de ensino também pode ser a causa de distúrbios como a ansiedade e a fobia social.
Por isso, as escolas têm papel fundamental em ajudar pais e filhos a encontrar um equilíbrio saudável dentro desse contexto.
Não há dúvidas de que é um balanço delicado.
Há ferramentas online como o Flipgrid (para troca de vídeos entre alunos e professores) e o Pear Deck (para apresentações com slides interativos) que se provaram bem-sucedidas em ajudar estudantes introvertidos e tímidos a encontrarem uma maneira efetiva de se expressar.
Ferramentas como essas ajudam a equilibrar o aprendizado, permitindo àqueles que antes sofriam para se comunicar abertamente em sala de aula ter voz ativa.
Paradoxalmente, outros recursos online, especialmente no modelo das redes sociais, podem ter justamente um efeito contrário, levando crianças e adolescentes a desenvolverem transtornos quando as utilizam de maneira desmedida.
Em 2020, o docudrama “O Dilema das Redes”, da Netflix, fez sucesso ao tratar desse assunto de maneira bastante objetiva.
Em meio a dados científicos e entrevistas com ex-executivos das chamadas big techs, o filme mostrou como o cérebro lida com curtidas e interações nas redes a partir de mecanismos complexos de recompensa.
Algo que pode se assemelhar ao mesmo mecanismo acionado quando se faz uso de substâncias psicoativas, por exemplo.
Em resumo: há mais em jogo do que a simples interação social.
Como algo pode ser tão benéfico e ter, ao mesmo tempo, um lado tão prejudicial? A oposição é gritante, mas é possível – e necessário – alcançar um ponto em que se aproveita todo o lado positivo do uso das tecnologias no ensino, enquanto se diminuem os riscos do uso indevido de redes sociais e outras frentes, como games em excesso, por exemplo.
O educador pode instruir pais e alunos sobre a necessidade de se criar rotinas para o uso recreativo do celular, com espaços de tempo pré-determinados para interação com redes e jogos (note-se: mantendo em mente que a ideia não é “vilanizar” essas ferramentas, até porque elas são parte importante de como os jovens se relacionam atualmente).
Também pode-se reforçar dicas simples e eficientes, como não deixar o celular no quarto, a fim de evitar olhar para a tela logo após acordar e antes de dormir.
Medidas como essa são, inclusive, saudáveis para todos: crianças, adolescentes e adultos.
Além de se manterem atualizados sobre as melhores ferramentas tecnológicas de ensino – aquelas que irão promover a igualdade de aprendizado e convivência entre introvertidos, extrovertidos e outros diferentes perfis –, professores também devem estar atentos aos comportamentos dos alunos quando em encontros presenciais.
Sinais de que o estudante não consegue deixar o celular de lado nem quando interage com outros ou sinais de fobia social devem ser discutidos com profissionais especializados, pais e o próprio aluno.
Portanto, como discutimos ao longo deste artigo, não há dúvidas da importância em se buscar equilíbrio tecnológico. E a escola, assim como os educadores que trabalham nela, têm um enorme potencial de auxiliar nessa jornada.