Bullying na escola: estratégias para identificar e combater!

Capaz de impactar o bem-estar e o desenvolvimento dos jovens, o bullying na escola tem se tornado uma preocupação dos educadores, gestores, pais e de toda a sociedade. Os comportamentos[...]

Gestão escolar
24/10/2024
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Uma menina com tranças e mochila amarela parece angustiada, segurando a cabeça com as mãos. Vários dedos apontam para ela, sugerindo um ambiente de pressão ou crítica.

Capaz de impactar o bem-estar e o desenvolvimento dos jovens, o bullying na escola tem se tornado uma preocupação dos educadores, gestores, pais e de toda a sociedade.

Os comportamentos agressivos característicos de bullying, podem se manifestar de formas diversas, seja por meio de atitudes físicas, verbais ou até emocionais, impactando a saúde mental das vítimas. Esses efeitos podem, inclusive, prejudicar a autoestima dos jovens a longo prazo.

O combate ao bullying é uma necessidade cada vez mais urgente, exigindo a participação de educadores, pais e alunos em um esforço coletivo para transformar o ambiente escolar em um espaço acolhedor e seguro para o desenvolvimento de todos os estudantes.

Neste texto abaixo, vamos apresentar estratégias eficazes para identificar, prevenir e combater o bullying no ambiente educacional, além de, discutir a importância da conscientização de toda a comunidade escolar sobre os impactos do bullying e a necessidade da criação de políticas anti-bullying. Confira!

Bullying: um problema sério nas escolas

A prática do bullying é extremamente prejudicial e deve ser tratada com seriedade em todas as esferas da sociedade e nas interações sociais, especialmente quando se considera seu  impacto no ambiente educacional.

Comportamentos agressivos praticados repetidamente com a intenção de intimidar ou humilhar colegas – como xingamentos, exclusão social, agressões físicas ou difamações, podem resultar em isolamento social para as vítimas e até causar traumas psicológicos como ansiedade e depressão que, em muitos casos, pode levar a consequências fatais.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) revelam que 23% dos estudantes já sofreram bullying. Esse número evidencia a urgência de uma mobilização entre educadores, pais e alunos em um movimento de conscientização, visando colocar em prática ações efetivas contra o bullying nas escolas.

Tipos de bullying

Como apontamos, as práticas de bullying podem se manifestar de formas diversas, por meio de comportamentos verbais, físicos, materiais, psicológicos, morais ou também sexuais. 

Vamos detalhar abaixo cada um desses tipos:

  • Bullying verbal: refere-se a insultos e xingamentos;
  • Bullying físico: agressões corporais;
  • Bullying material: diz respeito à destruição ou roubo de pertences da vítima;
  • Bullying psicológico: utiliza táticas de manipulação e humilhação;
  • Bullying moral: busca desestabilizar a autoestima da vítima;
  • Bullying sexual: envolve comentários ou ações de conotação sexual.

Em todos esses tipos, as agressões e/ou ações podem ser diretas ou indiretas, praticadas em grupo ou indivíduos, com o objetivo de causar exclusão e sofrimento da vítima.

Como o bullying afeta o bem-estar emocional dos alunos?

Entre os principais impactos que as práticas de bullying podem causar nas vítimas, especialmente em ambientes escolares, destaca-se o efeito devastador desses comportamentos no bem-estar emocional dos alunos, prejudicando gravemente a sua saúde mental.

A repetição de agressões coloca os alunos em um ciclo de sofrimento e isolamento social, o que pode levar ao desenvolvimento de níveis elevados de ansiedade e depressão. 

Esse quadro traz impactos significativos para o progresso acadêmico dos estudantes em muitos casos. Quando os alunos desenvolvem resistência em ir à escola devido ao medo das agressões e humilhações, isso não apenas afeta a sua autoestima e confiança, como também prejudica o seu aprendizado.

Como identificar e combater o bullying na escola?

A atenção e a observação cuidadosa de pais, professores e alunos em relação a sinais de tristeza, falta de motivação ou medo de ir à escola, além de isolamento social, são fundamentais para a identificar e combater o bullying na escola, uma vez que esses comportamentos frequentemente servem como  alertas de problemas graves que a vítima pode estar enfrentando.

Uma vez identificados esses sinais, é essencial que as vítimas encontrem nas pessoas próximas e figuras de autoridade da escola um apoio socioemocional eficaz. Isso garante que se sintam em um espaço seguro, onde suas dores serão acolhidas e uma ajuda significativa seja oferecida.

É essencial que o aluno vítima de bullying se sinta valorizado pela escola, pelos seus colegas e familiares, para que os impactos das práticas agressivas não se tornem um agravante para o bem-estar emocional e social dos alunos, levando a atitudes ainda mais graves que podem se tornar fatais em muitos cenários.

Vale se atentar também para o fato de que o agressor também pode ser uma vítima de situações adversas, que motivam o seu comportamento violento. Dessa forma, acolher tanto a vítima quanto o agressor das práticas de bullying é muito importante para que esse ciclo de violência seja quebrado integralmente.

Importância da conscientização da comunidade escolar

Para que a conscientização e combate às práticas de bullying na escola seja realmente efetiva, é essencial que toda a comunidade escolar esteja envolvida nesse movimento, com alunos, pais, professores e funcionários da instituição criando uma rede de apoio e prevenção coletiva.

Esse trabalho colaborativo favorece a identificação, o reconhecimento e enfrentamento do problema, além de permitir que o ambiente escolar se torne realmente um espaço mais seguro e acolhedor para todos os alunos, encorajando as vítimas a buscarem ajuda sempre.

Além disso, é muito importante que os educadores sejam capacitados para lidar com essas situações de forma eficaz, agindo com proatividade em situações de bullying, identificando os sinais de violência e intervindo sempre que necessário com firmeza, mantendo um canal aberto e honesto de diálogo com as famílias, envolvendo todos os agentes da comunidade escolar na formação consciente dos jovens.

Impactos do bullying

Vamos listar abaixo os principais e mais comuns impactos das práticas de bullying na escola, que podem variar em níveis de intensidade de acordo com cada cenário, afetando a saúde mental, autoestima, bem-estar e segurança emocional das vítimas:

  • quadros de ansiedade e depressão;
  • baixo desempenho acadêmico;
  • baixa concentração e motivação para aprender.;
  • evasão escolar;
  • polarização entre alunos;
  • tensão e estresse nas relações familiares;
  • prejuízos na comunicação e convivência.

Uma menino sentado no chão de uma ambiente escolar, ao lado de sua mochila, apoiando a cabeça nos joelhos, parecendo estar triste e frustrado. Atrás dele há escaninhos azuis.

Criação de políticas anti-bullying

Estabelecer políticas anti-bullying nas escolas é mais que uma iniciativa necessária para lidar com essas práticas de violência; essa medida se tornou uma exigência legal  em todo o território nacional a partir da Lei 13.185/2015.

Essa lei reforça a importância de transformaras escolas em um ambiente seguro e propício para a aprendizagem, enfatizando a necessidade de incorporar a conscientização sobre o bullying e a adoção de práticas de empatia e respeito entre os alunos no projeto pedagógico e currículo escolar das instituições.

Para que a prevenção e o combate às práticas de bullying sejam efetivas, é importante adotar medidas como:

  • campanhas de conscientização;
  • palestras;
  • oficinas;
  • implementação de canais de denúncia;
  • ações disciplinares claras e justas.

Para que essas medidas sejam eficazes, todos os membros da comunidade escolar devem estar envolvidos, promovendo um ambiente seguro e acolhedor para todos, respeitando a diversidade e a inclusão, e barrando qualquer forma de violência.

Conclusão

A temática do bullying tem se tornado cada vez mais relevante em nossa sociedade, ocupando um lugar importante de discussão em nossos meios de convívio, representando um risco real ao bem-estar e à saúde emocional e mental das vítimas, podendo acarretar em quadros graves de isolamento social que podem levar a consequências fatais.

Nesse texto, foi possível compreender o impacto dessas práticas de violência no ambiente escolar, onde casos de bullying tem se tornado cada vez mais comuns, criando um cenário onde 23% dos estudantes já relataram terem sido vítimas dessas práticas em alguma de suas formas ao longo da sua vida acadêmica.

Como vimos, as práticas de bullying podem se manifestar de maneiras diversas, envolvendo violências físicas, verbais, psicológicas, materiais, morais ou sexuais. 

Em todas essas formas, as práticas repetitivas de agressão envolvem os alunos em um ciclo de sofrimento e isolamento social, que pode acarretar no desenvolvimento de níveis significativos de ansiedade e depressão.

Dessa forma, é essencial que os agentes educacionais e familiares estejam atentos a sinais de tristeza, falta de vontade ou medo de ir à escola e isolamento social, buscando identificar e combater o bullying na escola, uma vez que esses comportamentos são alertas comuns que apontam para problemas graves que a vítima pode estar vivendo. 

Além disso, é essencial que as vítimas encontrem nas pessoas próximas e figuras de autoridade da escola um apoio socioemocional eficaz, para que ela se sinta em um espaço seguro, onde suas dores serão acolhidas e uma ajuda significativa seja oferecida.

Por fim, ressaltamos que todos os membros da comunidade escolar devem estar envolvidos na criação de políticas anti-bullying, promovendo um ambiente seguro e acolhedor para os alunos, respeitando a diversidade e a inclusão, e barrando qualquer forma de violência.


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